quinta-feira, 12 de julho de 2012

A Revolta do Forte de Copacabana: o Primeiro 5 de julho

              O estopim da primeira revolta tenentista foi a publicação na imprensa de cartas falsas que ofendiam os militares especialmente o presidente do Clube Militar, marechal Hermes da Fonseca. O presidente da República, Epitácio Pessoa, considerou que o culpado pelas cartas era o próprio Hermes da Fonseca e mandou prendê-lo sob a acusação de agitador. Diante disso, em 5 de julho de 1922, os tenentes do Forte de Copacabana foram contra o governos, dispostos a “salvar a honra do Exército” e moralizar o país. O governo interveio e obrigou os revoltosos a se render. Porém 17 militares e um civil não se entregaram: saíram pela Avenida Atlântica, que fica no Rio de Janeiro, dispostos a tudo.

O Segundo 5 de julho

No governo de Arthur Bernardes, em 1924, houve em São Paulo outro tenentismo, o Segundo 5 de julho. Esse movimento, ao contrário do primeiro, tinha objetivos bem definidos. Os tenentes exigiam:

·        A moralização da República por meio do voto secreto;

·        A real autonomia dos três poderes;

·        A obrigatoriedade do ensino primário e profissional;

·        O respeito às leis e à justiça.

Comandados pelo general Isidoro Dias Lopes e pelo major Miguel Costa, os rebeldes tentaram em vão conquistar a cidade de São Paulo.
 Reprimidos pelas tropas governistas, cerca de mil rebeldes formaram a coluna paulista e deixaram São Paulo em direção a Foz do Iguaçu, no Paraná.
Depois de vários confrontos com as forças governistas, os rebeldes gaúchos, comandados pelo Luís Carlos Prestes, também formaram uma coluna e marcharam até Foz do Iguaçu a fim de unir-se aos paulistas. Da junção da coluna paulista e da gaúcha nasceu a famosa Coluna Prestes.

As eleições e o movimento de 1930

         Em 1930, de acordo com a política do café do leite, era de Minas Gerais escolher o presidente. Mas o presidente Washington Luís, que tinha sido indicado por São Paulo, decidiu indicar outro paulista para sucedê-lo, Júlio Prestes.
         Os políticos de Minas Gerais reagiram, conseguindo aliados no Rio Grande do Sul e na Paraíba e formando a Aliança Liberal. Para disputar as eleições de 1930, a Aliança Liberal lançou o gaúcho Getúlio Vargas para presidente e o paraibano João Pessoa para vice.

Era Vargas
Governo provisório

                   Oposição paulista
         Ao impor interventores aos estados, Getúlio desagradou as elites estaduais. Em São Paulo, por exemplo, a elite reagiu à nomeação do tenente João Alberto formando a Frente Única Paulista (FUP). Essa Frente exigia uma nova Constituição para o Brasil e a nomeação de um interventor civil e paulista para o governo de São Paulo. Pressionado, Vargas nomeou o paulista Pedro de Toledo para o cargo. Apesar disso, os paulistas continuaram se opondo a ele.

         Foi quando uma tragédia ocorrida em São Paulo exaltou os ânimos: quatro estudantes (Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo) foram mortos quando atacavam a sede de um jornal pró-Vargas. As iniciais de seus nomes – MMDC – passaram a ser sigla e símbolo do movimento paulista. Por fim, em 9 de julho de 1932, os paulistas, liderados pelo general Isidoro Dias Lopes e o civil Pedro de Toledo, pegaram em armas contra o governo federal no episódio conhecido como Revolução Constitucionalista.
         Em sua luta contra as tropas federais, os paulistas foram apoiados apenas pelo Mato Grosso. Como o governos tinha superioridade bélica, venceu os paulistas em poucos meses. Embora derrotados militarmente, os paulistas consideraram-se “moralmente” vitoriosos, pois em 16 de julho de 1934 uma Assembleia Constituinte votou e aprovou a terceira Constituição do Brasil.

         Essas são as principais mudanças introduzidas pela Constituição de 1934:

·        Voto secreto: o que dificultava bastante a prática da corrupção eleitoral;

·        Voto feminino: com isso a mulheres passaram a ter importância política;

·        Justiça eleitoral: tinha como objetivo zelar pelas eleições;

·        Ensino primário gratuito, de frequência obrigatória;

·        Nacionalização progressiva de minas, jazidas minerais e quedas-d’água, julgadas essenciais ao país;

·        Direitos trabalhistas: jornada de trabalho de 8 horas, descanso semanal remunerado, indenização por dispensa sem justa causa, estabilidade à gestante.

Governo constitucional de Vargas

           Os integralistas

Liderados pelo escritor Plínio Salgado, seguiam os princípios do fascismo de Benito Mussolini. Em 1932, os integralistas fundaram a Ação Integralista Brasileira (AIB), organização política que defendia:

·        Um governo autoritário dirigido por um chefe e um partido único;

·        O predomínio dos interesses da nação sobre os do individuo;

·        A censura aos meios de comunicação

    Assim como os fascistas, os integralistas faziam uso da violência contra adversários políticos, especialmente comunistas.
    Apelando para um nacionalismo exagerado e adotando o lema Deus, Pátria e Família, AIB conseguiu o apoio de membros das camadas médias, do alto clero, do empresariado e das Forças Armadas.

                   Os aliancistas

Como oposição aos integralistas, fundou-se no Brasil, em 1935, a Aliança Nacional Libertadora (ANL), frente popular liderada pelos comunistas chefiados por Luís Carlos Prestes. Os principais pontos do programa da ANL eram:

·        Não pagamento da dívida externa brasileira;

·        Nacionalização das empresas estrangeiras;

·        Reforma agrária;

·        Formação de um governo popular.


    O levante comunista

         Em 5 de julho de 1935, o líder comunista Luís Carlos Prestes lançou um manifesto que propunha a derrubada do governo Vargas e a formação de um governo popular revolucionário. O governo Vargas reagiu ao manifesto fechando a sede da ANL, bem como a maioria dos núcleos que ela possuía pelo país.
         Diante disso, sem esperar as ordens de Prestes, um grupo de sargentos, cabos e soldados comunistas de Natal, no Rio Grande do Norte, deu início à Revolta Vermelha ou Intentona Comunista. Com rapidez Vargas sufocou os levantes e passou a prender e torturar os simpatizantes da ANL, comunistas ou não.
O Estado Novo

As eleições para presidente da República estavam marcadas para o início de 1938. Vargas, no entanto, não estava disposto a deixar o poder. Por isso, ele anunciou pelo rádio que havia descoberto o Plano Cohen, segundo o qual os comunistas pretendiam provocar greves, incêndios em igrejas e o assassinato do presidente.
           Na verdade o Plano Cohen era falso, mas serviu de pretexto para que, em 10 de novembro de 1937, Vargas desse um golpe e implantasse uma ditadura, O Estado Novo.

            Violência e propaganda

Inspirado nas técnicas de propaganda nazifascistas, 1939 o governo Vargas criou o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), subordinado diretamente ao presidente da República.

            Economia: indústria e agricultura

 De 1933-1939 a agricultura diminuiu e a indústria aumentou consideravelmente a indústria, isso se deu por um lado, à Grande Depressão e à Segunda Guerra Mundial, pois com seus parceiros comerciais em crise ou em guerra, o Brasil foi forçado a fabricar o que antes importava. Por outro lado, essa arrancada industrial brasileira deveu-se a uma série de medidas tomadas pelo governo Vargas, tais como: empréstimos à indústria; diminuição dos impostos sobre bens e equipamentos industriais; abolição dos impostos interestaduais e fixação do salário mínimo (1940) – medida que amenizava o conflito entre empresários e trabalhadores.

Além disso, Vargas criou:

·        O Conselho Nacional do Petróleo (1938)

·        A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) (1941)

·        A Companhia Vale do Rio Doce (atual Vale) (1942)

·        A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (1945)

4 comentários:

  1. Muito bom. A Era Vargas é um ótimo assunto para se tratar, até porque cada pessoa acha que aconteceu alguma coisa á mais ou á menos. Estava com dúvidas e você conseguiu tirá-las. Muito obrigada. Grata!!

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  2. Muito bom. A Era Vargas é um ótimo assunto para se tratar, até porque cada pessoa acha que aconteceu alguma coisa á mais ou á menos. Estava com dúvidas e você conseguiu tirá-las. Muito obrigada. Grata!!

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  3. aaaaaaaaaaaaaah vc me ajudou muito valeu cuzaum

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