domingo, 2 de março de 2014

A arte pré-colombiana

         Ao chegar à América no fim do século XV, os espanhóis encontraram civilizações bem organizadas, que possuíam verdadeiros tesouros. A arte desenvolvida por essas culturas antes da chegada dos europeus é comumente chamada pré-colombiana. Trata-se especificamente das manifestações culturais de civilizações do México, da América Central e do norte da América do Sul, principalmente no Peru.
         Sua descoberta não teria sido possível se a Europa não estivesse passando por um grande florescimento cultural e tecnológico, resultante em grande medida do espírito humanista.
         As origens dessas culturas são complexas e têm raízes em populações pré-históricas dispersas por várias regiões do continente. Suas criações mais conhecidas, porém, são relativamente contemporâneas ao Renascimento europeu.
         Assim, quando se refere à arte pré-colombiana, se refere à arte dessas civilizações mais organizadas, uma vez que não há muita informação sobre a produção de populações mais remotas e dispersas pelo continente americano.

A arte dos antigos povos mexicanos
         Entre as civilizações mais instáveis que se desenvolveram no território hoje ocupado pelo México, é importante mencionar os olmecas. Considera-se que essa civilização tenha existido por volta dos anos 1100 a.C. a 200 d.C. e produzido principalmente esculturas rústicas, mas de grande força expressiva, muitas vezes com materiais raros, como o jade. Suas obras impressionam também pela monumentalidade.
         Na parte sul da mesma região, na península do lucatã, fixou-se a civilização maia, cuja formação histórica se iniciou por volta de 1000 a.C. e cujo período de desenvolvimento mais significativo ocorreu entre os anos 300 e 1000 da era cristã. Quando os colonizadores espanhóis chegaram à América em 1492, essa cultura já se encontrava em declínio.
         Os maias constituíram grandes cidades e desenvolveram uma arquitetura monumental. As construções maias são, em geral, de dois tipos: pirâmide e palácio.
         O Templo das inscrições é um exemplo de construção maia em forma de pirâmide, erguida sobre patamares retangulares, sendo o seguinte sempre menor que o primeiro, de modo a dar a forma piramidal.
         Além da arquitetura, a arte maia se manifestou na escultura, que decora os templos e os palácios ou que apresenta sob a forma de pequenas figuras.
         A última civilização a desenvolver-se na região do México antes da chegada dos colonizadores espanhóis, já entre os séculos XIV e XVI foi a dos astecas. Esse povo fundou a cidade de Tenochtitlán e criou aí um organizado e próspero centro urbano.
         Em Tenochtitlán, os astecas ergueram imponentes templos piramidais e luxuosos palácios para um império absolutista e de rígida organização social de senhores e escravos.
         Os astecas dominavam conhecimentos de matemática e astronomia. É o que evidencia a peça encontrada em 1790, a Pedra do Sol, um grande calendário talhado em pedra que apresenta, ao centro, a figura de Tonatiuh, o deus Sol, e em círculo concêntricos, figuras que simbolizam os dias, as semanas e os meses, além de entidades do universo asteca.

A arte dos antigos povos da região dos Andes
         Na América do Sul, os povos que desenvolveram uma produção cultural mais organizada localizaram-se principalmente ao norte, na região do atual território peruano.
         A cultura mochica existiu ao longo da costa setentrional do Peru, entre os anos 200 e 800 da nossa era. De sua arte, destaca-se a produção de joias e adereços femininos. Sua cerâmica também é apreciável, pela decoração pictórica e pelos curiosos formatos dados aos objetos de uso diário: animais e cabeças humanas.
         Por volta do ano 1000, ao sul e já próximo da Bolívia, a civilização mais significativa foi a tiahuanaco. Seu nome provém de uma antiga cidade da Bolívia. Possuía arquitetura e escultura de maciças figuras.
         Ao norte, entre os anos 1300 e 1438, desenvolveu-se a requintada civilização chimu, cujos trabalhos em cerâmica e ourivesaria, como vasos zoomórficos e antropomórficos, ídolos e máscaras cerimoniais, apresentam ora motivos realistas, ora motivos abstratos.
         Por fim, aproximadamente entre os anos 1400 e 1532 (já na época próxima à chegada dos espanhóis), desenvolveu-se  a civilização inca, que ocupou principalmente a alta região andina.
         O aspecto mais surpreendente da cultura inca é a arquitetura, da qual tanto Cuzco, antiga capital do império inca, como a vizinha fortaleza de Sacsahuaman e as construções da cidade de Machu Picchu são importantes exemplos.
         Como a região de Cuzco é muito sujeita à ação de terremotos, os incas desenvolveram uma amarração de pedra para suas construções, de modo a torna-las resistentes aos movimentos de terra. Percebendo isso, os colonizadores espanhóis usaram os muros incas como suporte para sua própria arquitetura, levando para a América o estilo espanhol.
         As construções incas impressionam pela imponência e ao mesmo tempo pela simplicidade seu único elemento ornamental são as portas em forma de trapézio. É, porém, a cidade de Machu Picchu, no topo da montanha, que melhor documenta a concepção urbanística e arquitetônica dos incas.
         Localizada no pico de uma montanha andina, a 2.450 metros de altitude, Machu Picchu foi descoberta em 1911, pelo professor Hiram Bigham. Existem hipóteses para explicar o porquê da construção dessa cidade, durante tanto tempo escondida nos Andes peruanos. Mas na verdade pouco se sabe sobre os reais motivos que levaram os incas a transportar de tão longe, com inimagináveis sacrifícios, pedras e água para construir uma cidade tão admirável.


         Arte pré-colombiana – é a produção artística feita antes da chegada de Colombo à América (1492). A chegada desses colonizadores é contemporâneo ao Renascimento na Europa (século XV). Ao chegar à América, Colombo descobriu várias civilizações bem organizadas tanto socialmente tanto artisticamente. E todos os artefatos encontrados, foi decisivo para conhecermos a história dessas civilizações. Os profissionais que encontram e estudam esses tipos de artefatos são os arqueólogos.