Razões da independência
Entre os principais fatores da independência dos povos afro-asiáticos, podemos citar:
·
A
luta dos nativos da África e da Ásia contra os dominadores europeus;
·
O
enfraquecimento das potências européias devido às perdas sofridas durante a
Segunda Guerra Mundial; várias delas tinham colônias na Ásia e na África;
·
A
solidariedade dos países recém-libertos. Na Conferência de Bandung, realizada
na cidade de Bandung, na Indonésia, 29 países independentes se autodenominaram
Terceiro Mundo, declararam-se não alinhados, ou seja, neutros na Guerra Fria
entre Estados Unidos e União Soviética, e prometeram apoiar as independências
na África e na Ásia.
Índia (Ásia)
O principal líder do movimento pela independência da Índia
foi Mohandas Gandhi (1869-1948), conhecido como Mahatma (Grande Alma).
Para enfrentar a dominação inglesa, Gandhi propôs e liderou a
resistência pacífica, tática de luta baseada na desobediência civil. Ou seja,
os indianos eram incentivados a não usar nem comprar produtos ingleses, a
desobedecer às leis que os discriminavam dentro da própria Índia e não pagar
impostos, como o imposto sobre o sal.
Pressionados pela
resistência indiana e abalada pela crise decorrente das perdas sofridas com a
Segunda Guerra, o governo inglês aceitou negociar com os indianos. Assim, em
agosto de 1947, surgiram dois países independentes: a Índia, de maioria hindu,
e o Paquistão, de maioria mulçumana.
África
No caso da África, as lutas pela independência foram
influenciadas também pelo pan-africanismo e pela negritude.
O pan-africanismo foi um movimento idealizado por negros
norte-americanos e antilhanos, que defendia a unidade da África, a
solidariedade e a independência dos povos africanos. Já a negritude foi um
movimento africano idealizado pelo senegalês Leopold Senghor, que propunha a
valorização das culturas nefro-africanas.
As independências africanas podem ser agrupadas em dois
blocos:
No primeiro bloco (1945-1962), estão as colônias que
conseguiram a independência por meio da negociação com suas ex-metrópoles. Isso
não quer dizer que não tenha havido conflito; a negociação era conseguida após
forte pressão dos africanos: passeatas, boicotes, greves e inclusive ataques às
propriedades dos colonos. A Argélia, colônia francesa, foi uma exceção nesse
bloco, pois só conquistou sua independência após longa guerra de libertação.
No segundo bloco (1962-1975), estão os países que conseguiram
a independência por meio da guerra de libertação. Os africanos geralmente
recebiam ajuda militar dos Estados Unidos ou da União Soviética, uma vez que
essas superpotências estavam interessadas em ampliar suas áreas de influência.
O custo material e humano das independências desse bloco foi altíssimo.
A luta contra o apartheid na África do Sul
Em alguns países africanos independentes, os nativos tiveram
de lutar contra a opressão de regimes segregacionistas, como o da Rodésia e o
da África do Sul.
A minoria branca, que habitava a África do Sul, impôs à
maioria negra uma série de leis segregacionistas, em 1911. Diante disse, os
negros liderados por Pixley Ka, fundaram, no ano seguinte, uma organização para
lutar por seus direitos, o Congresso Nacional Africano (CNA).
Em junho de 1976, milhares de estudantes negros foram às ruas
de Joannesburgo, a maior cidade do país, em protesto contra a imposição da
língua africâner nas escolas. A polícia atirou contra as crianças e os jovens
que marchavam vestidos com uniformes escolares. Cento e setenta crianças foram
mortas no episódio, que ficou conhecido como Massacre de Soweto.
Apesar da pressão externa e interna, o governo sul-africano
só anulou a maioria das leis do apartheid em 1990. Nelson Mandela foi libertado
da prisão e o CNA recuperou a legalidade. A Constituição foi alterada e os
negros passaram a ter os mesmos direitos civis e políticos dos brancos.
Em 1994, ocorreram as primeiras eleições com a participação
dos negros na África do Sul. Mandela foi eleito presidente da República e, com
o apoio da maioria no Parlamento, conseguiu aprovar a Lei de Direitos sobre a
Terra, que restituiu às famílias negras as terras que lhes havia sido usurpadas
havia décadas.
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