Entre as heranças
romanas, temos:
- A ideia romana de que o monarca era sagrado, que perdurou por toda a Idade Média.
- O sistema de colonato (relação de trabalho em que o trabalhador é obrigado a entregar ao proprietário parte da sua colheita em troca da utilização de uma parcela de terra).
Entre as heranças
germânicas, temos:
- O comitatus, bando formado por jovens guerreiros que juravam fidelidade a um chefe;
- O direito consuetudinário, isto é, baseado na tradição e nos costumes.
O cristianismo,
por sua vez, foi o terceiro fator decisivo, pois propiciou a ligação
entre romanos e germanos e deu unidade à civilização medieval.
O Feudalismo
Para
montar expedições guerreiras, os reis carolíngios pediam auxílio
militar aos nobres, que, em troca dos serviços prestados, recebiam
do rei um feudo
(bem de importância). O feudo podia ser uma grande área de terra,
um direito de cobrar impostos ou um cargo de prestígio.
Nos séculos IX e X a Europa
ocidental foi atacada por árabes, vikings e húngaros e, para se
defenderam desses ataques, os reis europeus pediram auxílio militar
aos nobres e, em troca, lhes cederam feudos. Ao receber cargos e
terras, os nobres fora, se fortalecendo, enquanto os monarcas se
enfraqueciam. Com isso, consolidou-se na Europa ocidental o
feudalismo
(sistema de organização econômica, social e política baseado nos
laços de fidelidade e de dependência entre homens).
As principais características
de feudalismo eram: poder político descentralizado, produção
voltada para a subsistência e forte presença do cristianismo. O
modelo clássico de feudalismo existiu somente em partes da Europa,
especialmente onde são hoje a França e a Alemanha.
As Relações de Suserania
e Vassalagem
Aquele que doava o feudo era
chamado de suserano,
e o que recebia era denominado vassalo.
Por exemplo, se um conde doasse um feudo a um duque, ele passaria a
ser suserano do duque e este, seu vassalo. Caso esse duque doasse um
feudo a um marquês, passaria a ser seu suserano, e ao mesmo tempo,
continuava sendo vassalo do conde.
Dessa forma, os nobres
estabeleciam entre si relações de suserania
e vassalagem,
por meio das quais se comprometiam ajudar um ao outro. A doação de
um feudo se dava por meio do juramento de fidelidade que ocorria
durante uma cerimônia chamada de homenagem.
A partir desse juramento, um
passava a ter obrigações com o outro.
- O vassalo devia: apresentar-se sempre que fosse chamado por seu suserano; dar ajuda financeira para o casamento da filha de seu suserano, para armar o filho cavaleiro e para pagar o resgaste, caso o filho fosse raptado ou aprisionado; comparecer ao tribunal para depor a favor do senhor, caso fosse convocado.
- O suserano devia: ajudar o seu vassalo em casa de conflito; comparece ao tribunal para depor a favor dele.
Tanto o suserano quanto o
vassalo obrigavam-se a cumprir o juramento de fidelidade. Cada senhor
era a autoridade máxima dentro se seu feudo. Era ele quem julgava os
infratores, aplicava as penas, cobrava impostos e cunhava sua própria
moeda. Por isso é que se diz que no feudalismo o poder era
descentralizado.
A sociedade Feudal
A sociedade feudal estava
dividida em três ordens: a dos que oram (o clero); a dos que
guerreiam (a nobreza); e a dos que trabalham (servos, vilões* e
escravos).
Vilões = camponês livre,
isto é, que não era preso à determinada terra, podendo escolher o
lugar onde desejasse trabalhar.
Os que oram
O clero era formado pelo papa,
cardeais, bispos, párocos. Suas funções eram ministrar
sacramentos, fornecer orientação espiritual e amparar os
necessitados.
Com a queda do Império
Romano, no século V, a Igreja tornou-se a maior proprietária de
terras do Ocidente.
Durante a Idade Média, a
Igreja foi a instituição mais rica e mais importante do Ocidente.
Os
que guerreiam
Os nobres tinham poder e
prestígio, que variava segundo sua posição, expressa no título
que possuíam: rei, conde, duque, marquês ou cavaleiro. O rei também
era um nobre e, como tal, se tornava por vezes vassalo de outro rei.
Assim, os nobres da Europa ocidental se ligavam uns aos outros por
laços de dependência e fidelidade.
As principais ocupações da
nobreza eram a guerra, as caçadas e os torneios. Os torneios
funcionavam como uma espécie de ensaio para as guerras e eram
extremamente cruéis, pois era comum o herói derrubar seu adversário
do cavalo, cortar-lhe a cabeça e oferecer-a a uma donzela.
Por meio dos torneios, os
cavaleiros esperavam obter ganhos: o vencedor ficava com o cavalo e
as armas do vencido e, se conseguisse fazê-lo prisioneiro, exigia um
resgate para libertá-lo.
Os
que trabalham
Durante a Idade Média, os
campos da Europa ocidental eram cultivados por diferentes
trabalhadores, entre os quais cabe citar os servos da gleba, os
escravos e os vilões.
Além de terem sua liberdade
seriamente limitada, os servos estavam sujeitos à autoridade
judicial do senhor. Eles executavam os mais variados tipos de
tarefas, como arar a terra, tecer, erguer casas, caçar, entre
outras.
Já os escravizados,
em menor número do que outros trabalhadores, eram vistos como
objetos e não como pessoas: pertenciam ao senhor desde o nascimento
até a morte.
Havia ainda os vilões,
camponeses livres que cultivavam pequenos lotes de terra. Com o
passar do tempo, muitos vilões se tornaram trabalhadores
dependentes, entregando a um senhor seu lote de terra em troca de
proteção.
A sociedade feudal é
conhecida como sociedade estamental, pois a posição social do
indivíduo era dada, geralmente, pelo nascimento, não havendo quase
chance de ascensão social; geralmente as pessoas nasciam e morriam
em um mesmo grupo.
Trabalho e obrigações
Por volta do ano 1000 a
maioria dos habitantes do Ocidente medieval vivia em senhorios. Esse
estava dividido, geralmente, em três áreas:
- O manso senhorial: terras exclusivas do senhor, nas quais toda a produção era reservada a ele;
- O manso servil: faixas de terra que os camponeses usavam para extrair sua sobrevivência e cumprir suas obrigações para com o senhor;
- As terras comunais: terrar usadas por todos e que se destinavam geralmente à extração da madeira e ao pastoreio.
Em troca de proteção
senhorial e do direito de usar a terra para seu próprio sustento, os
servos tinham uma série de obrigações para com o senhor. As
principais obrigações dos servos eram:
- A corveia = trabalho gratuito no manso senhorial durante alguns dias por semana. Além de cuidar das plantações do senhor, o servo devia construir ou consertar caminhos, reparar pontes, cortar e carregar madeira, entre outros.
- A talha = obrigação de entregar ao senhor uma parte do que produzia no manso senhorial.
- A banalidade = pagamento em produtos que o servo devia pagar ao senhor pelo uso do forno, do moinho, das prensas e de outros equipamentos do senhorio;
- A mão morta = pagamento feito pelo servo quando seu pai morria, para manter o direito de utilizar a terra.
Além de todas essas
obrigações, o servo tinha ainda de pagar o dízimo
(10%) da sua produção à Igreja.
EXCELENTE CONTEÚDO, MUITO ÚTIL PARA MIM, OBRIGADA
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