segunda-feira, 28 de abril de 2014

Grécia


          O litoral grego é bastante recortado, possui bons portos naturais e é facilmente navegável, o que certamente contribuiu para estimular a navegação e o comércio marítimo.
          Havia muitas cidades-estados.
Atenas e a democracia
  • Atenas foi erguida pelos jônios no alto de uma colina, a poucos quilômetros do mar Egeu; a cidade possuía bons portos naturais, o que estimulou os atenienses a se voltarem desde cedo para a navegação, a pesca e o comércio marítimo.
  • A palavra democracia tem sua origem na Grécia Antiga (demo=povo e kracia=governo). Este sistema de governo foi desenvolvido em Atenas (uma das principais cidades da Grécia Antiga). Embora tenha sido o berço da democracia, nem todos podiam participar nesta cidade. Mulheres, estrangeiros, escravos e crianças não participavam das decisões políticas da cidade. Portanto, esta forma antiga de democracia era bem limitada.
  • Atualmente a democracia é exercida, na maioria dos países, de forma mais participativa. É uma forma de governo do povo e para o povo. 
  • O relevo montanhoso e a dificuldades de comunicação contribuíram para impedir a unidade política da região. Assim, os gregos desenvolveram-se em cidades-estados, denominadas pólis.
  • Os gregos eram humanistas, ou seja, se preocupavam com os ser humano nos mais diferentes aspectos. Inclusive alguns deuses gregos tinham características humanas.
  • Desenvolveram diversas áreas para a compreensão e a valorização humana, como a filosofia, a democracia, entre outras.
  • A democracia grega atingiu seu apogeu com Péricles (“O século de Péricles”), no século V a.C. Limitada a uma parcela da população, apenas homens livres adultos eram considerados cidadãos.
  • Mulheres, crianças, escravos e estrangeiros não eram considerados cidadãos. Logo, não podiam votar.
  • A democracia grega era denominada direta, pois o cidadão votava direto nas leis. Nossa democracia é denominada representativa, pois votamos em representantes que, por sua vez, votam nas leis.
  • O ostracismo foi criado no governo de Clístenes e consistia em expulsar da cidade por 10 anos qualquer pessoa que representasse uma ameaça à democracia.

Atenas e Esparta

          Havia grandes diferenças entre a organização social e política de Atenas e Esparta:
  • Atenas era uma cidade de navegadores, agricultor, filósofo e artista. Foi o berço da democracia grega.
  • Esparta, por outro lado, era uma cidade militarista, aristocrática e conservadora.
  • A educação em Atenas tinha como objetivo a formação completa do homem, nos aspectos físico, intelectual e artístico.
  • Já em Esparta, a educação tinha como objetivo dar a cada indivíduo a perfeição física, coragem e disciplina para que se tornasse um soldado ideal.
  • Enquanto Atenas teve sua história marcada pela sua proximidade com o mar e por uma produção cultural intensa, Esparta situava-se no interior, rodeada por montanhas e voltada basicamente para a vida militar.
  • Apesar da existência de reis, o sistema político de Esparta era uma oligarquia.
Sociedade em Esparta:
  1. Espartanos: Possuíam as melhores terras e somente eles eram considerados cidadãos. Dedicavam-se a vida militar.
  2. Periecos: Dedicavam-se ao artesanato, ao comércio e ao cultivo de um pequeno lote nos arredores da cidade.
  3. Hilotas: Eram escravos cedidos pelo Estado para trabalhar nas terras e casa dos espartanos. Constituíam a maioria da população e revoltavam-se com frequência.

O nascimento do Ocidente Medieval

         Segundo o historiador Hilário Franco Júnior, o Ocidente Medieval nasceu da conjugação de três fatores que se influenciaram mutuamente ao longo dos séculos: as heranças romanas, as heranças germânicas e o cristianismo.
Entre as heranças romanas, temos:
  • A ideia romana de que o monarca era sagrado, que perdurou por toda a Idade Média.
  • O sistema de colonato (relação de trabalho em que o trabalhador é obrigado a entregar ao proprietário parte da sua colheita em troca da utilização de uma parcela de terra).
Entre as heranças germânicas, temos:
  • O comitatus, bando formado por jovens guerreiros que juravam fidelidade a um chefe;
  • O direito consuetudinário, isto é, baseado na tradição e nos costumes.
O cristianismo, por sua vez, foi o terceiro fator decisivo, pois propiciou a ligação entre romanos e germanos e deu unidade à civilização medieval.

O Feudalismo
Para montar expedições guerreiras, os reis carolíngios pediam auxílio militar aos nobres, que, em troca dos serviços prestados, recebiam do rei um feudo (bem de importância). O feudo podia ser uma grande área de terra, um direito de cobrar impostos ou um cargo de prestígio.
Nos séculos IX e X a Europa ocidental foi atacada por árabes, vikings e húngaros e, para se defenderam desses ataques, os reis europeus pediram auxílio militar aos nobres e, em troca, lhes cederam feudos. Ao receber cargos e terras, os nobres fora, se fortalecendo, enquanto os monarcas se enfraqueciam. Com isso, consolidou-se na Europa ocidental o feudalismo (sistema de organização econômica, social e política baseado nos laços de fidelidade e de dependência entre homens).
As principais características de feudalismo eram: poder político descentralizado, produção voltada para a subsistência e forte presença do cristianismo. O modelo clássico de feudalismo existiu somente em partes da Europa, especialmente onde são hoje a França e a Alemanha.
As Relações de Suserania e Vassalagem

Aquele que doava o feudo era chamado de suserano, e o que recebia era denominado vassalo. Por exemplo, se um conde doasse um feudo a um duque, ele passaria a ser suserano do duque e este, seu vassalo. Caso esse duque doasse um feudo a um marquês, passaria a ser seu suserano, e ao mesmo tempo, continuava sendo vassalo do conde.
Dessa forma, os nobres estabeleciam entre si relações de suserania e vassalagem, por meio das quais se comprometiam ajudar um ao outro. A doação de um feudo se dava por meio do juramento de fidelidade que ocorria durante uma cerimônia chamada de homenagem.
A partir desse juramento, um passava a ter obrigações com o outro.
  • O vassalo devia: apresentar-se sempre que fosse chamado por seu suserano; dar ajuda financeira para o casamento da filha de seu suserano, para armar o filho cavaleiro e para pagar o resgaste, caso o filho fosse raptado ou aprisionado; comparecer ao tribunal para depor a favor do senhor, caso fosse convocado.
  • O suserano devia: ajudar o seu vassalo em casa de conflito; comparece ao tribunal para depor a favor dele.
Tanto o suserano quanto o vassalo obrigavam-se a cumprir o juramento de fidelidade. Cada senhor era a autoridade máxima dentro se seu feudo. Era ele quem julgava os infratores, aplicava as penas, cobrava impostos e cunhava sua própria moeda. Por isso é que se diz que no feudalismo o poder era descentralizado.

A sociedade Feudal
A sociedade feudal estava dividida em três ordens: a dos que oram (o clero); a dos que guerreiam (a nobreza); e a dos que trabalham (servos, vilões* e escravos).
Vilões = camponês livre, isto é, que não era preso à determinada terra, podendo escolher o lugar onde desejasse trabalhar.
Os que oram

O clero era formado pelo papa, cardeais, bispos, párocos. Suas funções eram ministrar sacramentos, fornecer orientação espiritual e amparar os necessitados.

Com a queda do Império Romano, no século V, a Igreja tornou-se a maior proprietária de terras do Ocidente.

Durante a Idade Média, a Igreja foi a instituição mais rica e mais importante do Ocidente.

Os que guerreiam

Os nobres tinham poder e prestígio, que variava segundo sua posição, expressa no título que possuíam: rei, conde, duque, marquês ou cavaleiro. O rei também era um nobre e, como tal, se tornava por vezes vassalo de outro rei. Assim, os nobres da Europa ocidental se ligavam uns aos outros por laços de dependência e fidelidade.

As principais ocupações da nobreza eram a guerra, as caçadas e os torneios. Os torneios funcionavam como uma espécie de ensaio para as guerras e eram extremamente cruéis, pois era comum o herói derrubar seu adversário do cavalo, cortar-lhe a cabeça e oferecer-a a uma donzela.

Por meio dos torneios, os cavaleiros esperavam obter ganhos: o vencedor ficava com o cavalo e as armas do vencido e, se conseguisse fazê-lo prisioneiro, exigia um resgate para libertá-lo.

Os que trabalham

Durante a Idade Média, os campos da Europa ocidental eram cultivados por diferentes trabalhadores, entre os quais cabe citar os servos da gleba, os escravos e os vilões.

Além de terem sua liberdade seriamente limitada, os servos estavam sujeitos à autoridade judicial do senhor. Eles executavam os mais variados tipos de tarefas, como arar a terra, tecer, erguer casas, caçar, entre outras.

Já os escravizados, em menor número do que outros trabalhadores, eram vistos como objetos e não como pessoas: pertenciam ao senhor desde o nascimento até a morte.

Havia ainda os vilões, camponeses livres que cultivavam pequenos lotes de terra. Com o passar do tempo, muitos vilões se tornaram trabalhadores dependentes, entregando a um senhor seu lote de terra em troca de proteção.

A sociedade feudal é conhecida como sociedade estamental, pois a posição social do indivíduo era dada, geralmente, pelo nascimento, não havendo quase chance de ascensão social; geralmente as pessoas nasciam e morriam em um mesmo grupo.

Trabalho e obrigações

Por volta do ano 1000 a maioria dos habitantes do Ocidente medieval vivia em senhorios. Esse estava dividido, geralmente, em três áreas:

  • O manso senhorial: terras exclusivas do senhor, nas quais toda a produção era reservada a ele;
  • O manso servil: faixas de terra que os camponeses usavam para extrair sua sobrevivência e cumprir suas obrigações para com o senhor;
  • As terras comunais: terrar usadas por todos e que se destinavam geralmente à extração da madeira e ao pastoreio.
Em troca de proteção senhorial e do direito de usar a terra para seu próprio sustento, os servos tinham uma série de obrigações para com o senhor. As principais obrigações dos servos eram:
  • A corveia = trabalho gratuito no manso senhorial durante alguns dias por semana. Além de cuidar das plantações do senhor, o servo devia construir ou consertar caminhos, reparar pontes, cortar e carregar madeira, entre outros.
  • A talha = obrigação de entregar ao senhor uma parte do que produzia no manso senhorial.
  • A banalidade = pagamento em produtos que o servo devia pagar ao senhor pelo uso do forno, do moinho, das prensas e de outros equipamentos do senhorio;
  • A mão morta = pagamento feito pelo servo quando seu pai morria, para manter o direito de utilizar a terra.
Além de todas essas obrigações, o servo tinha ainda de pagar o dízimo (10%) da sua produção à Igreja.

A crise de Roma e o Império Bizantino


Durante os séculos I e II d.C., o Império Romano viveu uma época de grande estabilidade. Porém, a partir do século III iniciou uma crise prolongada, resultante de fatores internos e externos, que acabou levando à desagregação do Império.
A crise no Império de Roma
         Internamente, o problema eram os crescentes gastos com a administração do gigantesco Império. Para diminuir esses gastos, os imperadores aumentavam os impostos e desvalorizavam a moeda. Para a população significava uma grande inflação, o que acabou provocando várias revoltas populares.
          A partir do século III, a crise agravou-se em virtude de um fator externo: a intensificação da pressão sobre o Império Romano. No Oriente, os adversários eram os persas e no Ocidente eram os germanos. Esses povos não falavam a língua nem adotavam os costumes dos romanos, por isso eram chamados de bárbaros.
          A situação agravou-se quando os romanos não conseguiam mais encontrar trabalho, nem pagar aluguel e nem comprar comida. Além disso, tornaram-se alvo de ataques dos germanos, que há tempos vinham penetrando no império de várias formas. Muitos então deixaram as cidades e foram para o campo em busca de segurança e trabalho. Assim, o artesanato e o comércio declinaram, as cidades se esvaziaram e o Ocidente europeu viveu um processo de ruralização; mas a vida urbana reduziu-se, não só pelo esvaziamento das cidades, mas também pela destruição de muitas delas, por ataques e pilhagem e pelo acentuado declínio demográfico causado pela morte em razão da fome, das doenças e da guerra. Roma, que no século I tinha cerca de 1 milhão de habitantes, chegou ao século V com menos de 300 mil.
No campo, as terras cultiváveis estavam nas mãos de grandes proprietários; então os pobres que para lá foram tiveram de trabalhar para esses proprietários no sistema de colonato. O colono cultivava uma pequena parcela das terras do proprietário e, como pagamento pelo uso dessa terra, entregava a ela parte da sua colheita.
Soluções para a crise
           Valendo-se da instabilidade do governo imperial, sediado em Roma, os generais do Exército, apoiados por seus soldados, passaram a disputar o cargo de imperador pelas armas. Muitos imperadores dos séculos IV e V eram generais nascidos nas províncias que tomaram o poder à força, fenômeno conhecido como anarquia militar.
          Alguns imperadores buscaram soluções para enfrentar essa crise econômica, política e militar. A fim de conter a crise e melhorar a defesa do Império, o imperador Diocleciano criou, em 285, a tetrarquia, governo de quatro imperadores, cada um responsável por uma grande região. Com essa repartição, o Império passou a ter quatro capitais enquanto Roma ( que deixara de ser sede do Império).
         Com essa reforma, Diocleciano conseguiu tornar o Império mais governável e reunir forças para repelir invasões, mas, ao abdicar por motivo de doença, em 305, reinstalou-se a anarquia militar.
         Em 324, depois de uma violenta disputa entre generais do Exército, o Império voltou a ter um único imperador: Constantino, que combateu os invasores e, ao mesmo tempo, por medida de segurança, mudou a capital do império (de Roma) para Bizâncio; aquela cidade foi reconstruída e, em homenagem a Constantino, chamada de Constantinopla.
         Outra tentativa de defender o Império e melhorar sua administração foi posta em prática pelo imperador Teodósio: em 395 ele dividiu o território romano em duas partes:
  • Império Romano do Oriente (com capital em Constantinopla);
  • Império Romano do Ocidente (com capital em Ravena, depois transferida para Milão).
No entanto, a penetração dos germanos se intensificava cada vez mais.
Os Germanos
Os povos germanos habitavam a Germânia, região da Europa situada ao norte dos rios Reno e Danúbio.
Culturalmente, os germanos eram diferentes entre si, mas em comum tinham uma dedicação quase integral à guerra e à agricultura. A frâncica, instrumento típico dos germanos, servia ao mesmo tempo como uma arma e como uma ferramenta de trabalho; na guerra, servia como lança e, na agricultura, era usada para resolver e preparar a terra para o plantio.
Migrações e invasões germânicas
Na segunda metade do século IV, os hunos, um povo de cavaleiros nômades vindo da Ásia e dedicando à caça e à rapinagem (roubo), se lançaram sobre os germanos; estes, por sua vez, multiplicaram seus ataques ao Império. Durante um desses ataques, Alarico, chefe dos visigodos, sitiou Roma exigindo 4 mil libras de ouro, armas para seu exército e sua nomeação como cônsul; diante da recusa, ele saqueou a cidade durante 3 dias (em agosto de 410) e depois partiu.
Aos poucos, os germanos começaram a vencer os romanos em várias frentes.
Em 476, finalmente, a capital do maior Império da Antiguidade caiu nas mãos dos hérulos, “bárbaros” chefiados por Odoacro. Com isso, chegava ao fim o Império Romano do Ocidente. Já o Império Romano do Oriente ainda por cerca de mil anos, com o nome de e sobreviveu ainda cerca de mil anos, com o nome de Império Bizantino.
O Império Bizantino
Era um império muito extenso; abrangia a Grécia, o Egito e as províncias da Síria-Palestina, da Mesopotâmia e da Ásia Menor. Além disso, abrigava um mosaico de povos e culturas e, embora em Constantinopla as pessoas falassem várias línguas, a língua oficial do Império Bizantino era o grego. O nome “bizantino” deriva de Bizâncio, antiga colônia grega que, por sua excelente localização, foi elevada a capital pelo imperador Constantino em 330 e rebatizada de Constantinopla.
Conhecida como Porta do Oriente, a cidade de Constantinopla estava entre a Europa e a Ásia, e todo trânsito de mercadorias entre o mar Negro e o mar Mediterrâneo passava obrigatoriamente por ali. A cidade era, por isso, um dos maiores centros comerciais e urbanos do mundo, recebendo pessoas e mercadorias de diversas partes do Oriente e do Ocidente. Além disso, tinha a protegê-la o fato de ser cercada de água por três de seus lados.
A religião do Império Bizantino
Era a religião cristã que fundamentava o poder do imperador, direcionava o dia a dia das pessoas, fornecia os temas das obras de arte e legitimava a política externas.
A política do Império Bizantino
O Estado bizantino era tido como uma organização celeste na Terra. O imperador considerava-se representante de Deus, intérprete das coisas divinas e humanas e, portanto autoridade maior em assuntos terrenos e espirituais. Era ele também que escolhia o patriarca, homem de confiança do imperador, legislava em matéria eclesiástica e o assessorava na política. Com o título de basileus (aquele que possui autoridade suprema), o imperador era visto por seu povo como uma divindade, uma figura sagrada, separada dos demais homens. Seu poder absoluto e ilimitado fazia dele um autocrata (soberano absoluto).
Os Francos
Reinos Germânicos
Os germanos eram povos guerreiros. Valorizavam a disposição para a luta, a fidelidade e a coragem nos campos de batalha.
Os jovens guerreiros formavam um bando comandado por um chefe ao qual prestavam juramento de fidelidade; esse bando recebia o nome de comitatus. Ao se envolverem em constantes guerras, os chefes desses bandos foram ganhando riqueza e poder, e alguns deles se tornaram reis.
Entre os germanos não havia leis escritas; as leis e tradições de cada grupo eram transmitidas oralmente, ao longo do tempo, dos mais velhos para os mais novos; por isso, o direito germano é chamado de direito consuetudinário, ou seja, baseado nos costumes.
Depois de um longo processo, em que se alternaram migrações e invasões, os povos germanos se instalaram nas terras antes pertencentes aos romanos e lá fundaram vários reinos independentes, no entanto apenas um prosperou e destacou-se dos demais por sua longevidade e poder: o Reino Franco.
O Reino Franco
Depois de atravessar o rio Reno, os francos se estabeleceram na Gália trazendo com eles suas crenças e seus hábitos guerreiros, enfim, sua cultura.
E, nos primeiros anos do século V, uma disputa armada entre os próprios francos levou ao poder um chefe militar de nome Clóvis, o primeiro da dinastia merovíngia, nome esse em homenagem a um ancestral de Clóvis, chamado Meroveu.
No poder, o rei Clóvis estabeleceu a capital do seu reino onde hoje fica Paris e, à frente de seus guerreiros, conquistou o Reino da Borgúndia e tomou terras dos visigodos e dos ostrogodos (dois reinos distintos).
Mas a violência não foi a única estratégia usada pelo rei Clóvis.
Para contar com a força dos borgúndios, o rei franco casou-se com a princesa do Reino da Borgúndia, a cristã Clotilde, e, com isso, diminuiu a resistência ao domínio franco.
O sucesso do expansionismo se deveu principalmente à aliança do rei Clóvis com a Igreja cristã, solidificada em 496, quando ele se converteu ao cristianismo.
Os reis indolentes
O Estado, como entidade política, tal como o conhecemos hoje, era desconhecido pelos francos; na visão dele, o reino era propriedade particular do rei. Esse modo de ver acabou tumultuando a administração do reino e facilitando a ocorrência de uma série de traições, seguidas de assassinatos de membros da realeza. Além disso, os sucessores de Clóvis dedicavam boa parte do seu tempo a festas, passeios, torneios de esgrimas e caçadas, tornando-se conhecidos, por isso, como reis indolentes. Esses dois fatores colaboraram para o enfraquecimento do poder real e para a passagem da administração do reino às mãos do prefeito do palácio (ou mordomo do paço), um alto funcionário da monarquia com poderes de chefe de governo.
Um desses prefeitos do palácio, Carlos Martel, e seus guerreiros conseguiram barrar o avanço dos árabes muçulmanos na Europa ocidental, vencendo-os na batalha de Poitiers, em 732. Com a morte de Carlos Martel, seu filho Pepino, o Breve (assim chamado devido à sua baixa estatura), deu um golpe político: aprisionou o legítimo herdeiro do trono e proclamou-se rei dos francos. Com isso, iniciou uma nova dinastia, chamada mais tarde de dinastia carolíngia devido ao seu principal representante, o rei Carlos Magno.
Interessado no poderio militar dos franco, o papa Zacharias reconheceu Pepino, o Breve, como rei e, em troca, pediu a ele ajuda militar contra os bizantinos e os lombardos que, na época, atacaram a Península Itálica e ameaçavam tomar a sede do papado, em Roma.
Pepino, o Breve, e seus guerreiros invadiram, então, a Itália, venceram os lombardos e os bizantinos ali instalados e doaram à Igreja parte das terras conquistadas. Dessa doação originou-se o Patrimônio de São Pedro, também chamado de Estados da Igreja, que se mantiveram incorporados aos domínios do papado por mais de mil anos.
O Império Carolíngio
Sucedendo seu pai Pepino, o Breve, o rei Carlos Magno ampliou e consolidou a aliança com a Igreja.
Ao mesmo tempo em que solidificava seus laços com a Igreja, Carlos Magno dirigia expedições guerreiras contra outros povos, o que lhe possibilitou conseguir riquezas fabulosas e grandes porções de terra, formando assim, um enorme império.
Estreitando ainda mais sua aliança com a Igreja, Carlos Magno se fez coroar imperador pelo papa, na noite de Natal do ano 800. Com isso, o chefe da Igreja e o imperador tentavam restabelecer o Império Romano do Ocidente. O Império Carolíngio recebia o apoio da Igreja; ela por sua vez, aumentava seu poder e sua influência.
Durante o reinado de Carlos Magno, o Império conheceu certa estabilidade, e isso se deveu, em boa parte, à sua administração. Para melhor controlar o reino, Carlos Magno dividiu-o em províncias e entregou sua administração a funcionários de sua confiança.
A administração carolíngia valia-se também de capitulares: documentos escritos contendo ordens e comunicados do rei sobre os mais diversos assuntos.
Renascimento Carolíngio
Com o objetivo de preparar funcionários capazes de administrar o seu reino, Carlos Magno criou várias escolas nos mosteiros, nos bispados e uma delas no seu próprio palácio.
A escola do palácio, chamada, por isso, de Escola Palatina, era frequentada apenas pelos filhos dos altos funcionários. Lá, eles aprendiam latim (língua usada nos documentos oficiais), religião, gramática, aritmética, música e geometria. Nessa escola, Carlos Magno reuniu estudiosos de diferentes partes da Europa.
Nas escolas dos bispados e dos mosteiros, desenvolveram-se o estudo e a cópia de antigos manuscritos da Antiguidade.
Essas iniciativas dos reis carolíngios, ligadas à educação e ao conhecimento, são chamadas de Renascimento Carolíngio.
Os monges copistas passaram muitas horas nas bibliotecas dos mosteiros copiando textos que os colegas lhe ditavam em voz alta. Foi graças ao trabalho paciente desses monges que a obra de importantes autores gregos e romanos chegaram até nós.
O enfraquecimento do poder central
Carlos Magno foi sucedido por seu filho Luís, o Piedoso, que se dedicou mais a religião do que à política e teve dificuldades em manter a unidade do Império. Após a morte de Luís, o Piedoso, seus três filhos passaram a disputar o trono pelas armas. Depois de alguns anos de luta, eles assinaram o Tratado de Verdun. Por esse acordo de paz, o Império Carolíngio ficava dividido em três partes, uma para cada irmão.
A Europa invadida: Sarracenos e Vikings
No decorrer dos séculos IX e X, a Europa foi alvo de violentas invasões, algumas delas ocorridas ainda no reinado de Carlos Magno.
Detidos por terra, os árabes muçulmanos continuaram atacando por mar. Partindo da Espanha e do norte da África, piratas muçulmanos, conhecidos como sarracenos, atacavam e pilhavam as coisas da atual região da França e da Itália.
Outro povo que também chegou pelo mar foram os normandos, mais conhecidos como vikings. Eles eram de origem germânica e viviam na Escandinávia (Dinamarca, Suécia e Noruega). Esses mestres em navegação, com suas velozes embarcações, assaltavam e pilhavam as cidades e os mosteiros, levando pânico por onde aportavam. Às vezes, seguiam também pelos rios e atacavam o interior. Londres e Paris foram saqueadas várias vezes. Com o tempo, os vikings deixaram de lado a pirataria e os saques e começaram a se estabelecer. No final do século IX, por exemplo, fixaram-se no norte da atual França, numa região que, por causa deles, ficou conhecida como Normandia.

A Contrarreforma

         Reagindo ao avanço do protestantismo pela Europa, a Igreja católica iniciou um movimento para se fortalecer, divulgar o catolicismo e deter o avanço das ideias protestantes. Este movimento ficou conhecido como Contrarreforma ou Reforma Católica, e foi levado adiante pelos jesuítas, pela Inquisição e pelo Concílio de Trento.

Os jesuítas
         A ordem dos jesuítas, denominada Companhia de Jesus, foi fundada pelo ex-capitão espanhol Inácio de Loyola, em 1534, e reconhecida pelo papa Paulo III seis anos depois.

         O principal objetivo dos jesuítas era a propagação do catolicismo por meio da pregação, do ensino e da catequese dos nativos do além-mar. Para isso, fundaram colégios e missões em várias partes do mundo, como Portugal, Índia, China, Brasil, entre outros.
         Na Europa, os jesuítas se envolveram em várias atividades ligadas à instituição e à catequese de crianças e dos indígenas. Tornaram-se, assim, o braço direito do papa durante o Concílio de Trento.

O Concílio de Trento
         Convocado pelo papa Paulo III, o Concílio de Trento sofreu várias interrupções devido a guerras, ao reduzido número de participantes e a uma peste que se abateu sobre a região. O Concílio de Trento tomou uma série de resoluções que governaram a Igreja por séculos:
  • Reafirmou a doutrina católica, com base na Bíblia e na tradição (e não somente na Bíblia, como desejam os protestantes);
  • Considerou crime a prática da venda de indulgências;
  • Reforçou o poder do papa;
  • Conservou os sete sacramentos;
  • Organizou o Index (relação de livros proibidos à leitura dos cristãos);
  • Conservou o culto à Virgem Maria e aos outros santos;
  • Fixou regras para a formação dos padres (seminários).

A Inquisição
          Com o avanço da Reforma Protestante, o papa Paulo III reativou uma antiga instituição medieval: o Tribunal do Santo Ofício, também chamado de Inquisição. Em 1542, ele criou o primeiro tribunal permanente.
         Na Espanha, a Inquisição era subordinada à realeza e não ao papado, e os reis a usaram para se fortalecer. Com o domínio espanhol sobre Portugal e suas colônias, muitos inquisidores foram enviados para Bahia, Pernambuco, Itamaracá e Paraíba, onde mandaram prender cristãos-novos (judeu convertido ao cristianismo) e chegaram a condenar uma judia à morte.
        Depois disso, as visitas do Santo Ofício prosseguiram, sobretudo, em Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde os inquisidores inventavam culpados e os encaminhavam ao Tribunal de Lisboa. No Brasil, porém, a Inquisição atuou menos do que na América espanhola, região que contava com tribunais próprios.

Antigo Egito


A vida social
            Na sociedade egípcia, o indivíduo geralmente nascia e morria dentro do mesmo grupo social.

O faraó, considerado pelos egípcios um “deus vivo”, era a maior autoridade administrativa, religiosa e militar do império. Era também dono de quase todas as terra, possuía muitos funcionários e recebia enorme quantidade de impostos. Sua figura era tão respeitada que os súditos não podiam chamá-lo pelo nome; então se dirigiam a ele de forma indireta, chamando-o de faraó, que quer dizer “casa-grande” ou “casa real”.

Altos funcionários e sacerdotes

Abaixo do faraó, estavam os altos funcionários do governo e os sacerdotes. Entre os altos funcionários do Estado estavam o vizir e os escribas.
O vizir supervisionava a polícia, a justiça e a cobrança de impostos; já os escribas registravam os impostos arrecadados, as áreas cultivadas, o volume da colheita e os rebanhos.

Artesãos, comerciantes e militares

Os artesãos egípcios faziam e coloriam o vidro (acredita-se que os egípcios foram os inventores do vidro), usavam o couro e o papel para fabricar diversos materiais e confeccionavam tecidos.
Com as conquistas e a expansão do comércio durante o Novo Império, aumentou o número de comerciantes.
O comércio interno era feito pelo rio Nilo; o externo, pelo mar Mediterrâneo e mar Vermelho.

Camponeses e Escravos
            Os camponeses, chamados no Egito antigo de “felás”, constituíam a maioria da população e viviam pobremente. Eles trabalhavam nas propriedades dos faraós, dos sacerdotes e dos altos funcionários públicos fazendo todo tipo de serviço: desde arar, semear, plantar e colher até espantar insetos e ladrões, transportar produtos, construir e consertar moradias.

A atividade econômica que ocupava o maior número de pessoas no Egito antigo era a agricultura.

As teorias para o surgimento do homem

            Teoria = algo que não foi provado ainda.

Teoria Criacionista – O mundo e os seres vivos foram criados por uma divindade, no caso do cristianismo a divindade é Deus.

Teoria Evolucionista – Darwin estudou embriões de várias espécies e observou que todas tem a mesma estrutura física (todos tem um ancestral em comum), portanto: os seres vivos evoluíram de um ser microscópico ao longo do tempo, esses foram tendo descendentes e evoluindo mais ainda de acordo com o processo de seleção natural (teoria de Charles Darwin). Segundo Darwin a evolução não foi linear, em alguns lugares o homem evoluiu mais que em outros, e houve seleção natural (a natureza foi selecionando os melhores, e por isso só o Homo Sapiens sobreviveu, porque se adaptou a meio em que vive e era o mais inteligente).

  • O homem nunca conviveu com os dinossauros. Quando o homem surgiu, já havia 65 milhões de anos que os dinossauros estavam extintos.
  • Não existe comprovação nenhuma de que o homem surgiu do macaco.
  • Darwin concluiu, ao visitar as ilhas Galápagos, que era lugar onde a espécie estava vivendo, a condição natural que ela enfrentava que define a mudança física dela. Lá também ele encontrou uma espécie sofrendo mutação, a andorinha das ilhas Galápagos, para se adaptar ao meio em que vive. E em cada ilha que ele visitou, as andorinhas tinham traços diferentes, principalmente no bico, porque cada uma se alimentava de comidas diferentes.

Os primeiros habitantes da Terra

Homo habilis

É considerado o primeiro representante do gênero humano; sabia fazer utensílios de pedra, com os quais caçava pequenos animais, o que lhe permitiu incluir a carne em sua dieta. Daí o seu nome que, em latim, significa “homem hábil”, habilidoso, engenhoso.

Homo erectus

É descendente direto do Homo habilis. Aperfeiçoou instrumentos de pedra, com os quais caçava animais grandes. Foi o primeiro a aprender a usar o fogo, conseguindo, com isso, adaptar-se a regiões frias da Europa e da Ásia.

Homo sapiens neanderthalensis (Neanderthal)

Muitos de seus restos mortais foram encontrados em cavernas, daí a expressão “homem das cavernas”. Acredita-se que ele tenha evoluído ao mesmo tempo que o humano moderno. Seu desaparecimento ainda é objeto de debates. Ele praticava coleta e caça em grupos de 20 a 30 pessoas, fazia sepulturas e foi o primeiro a realizar cerimônias religiosas.

Homo sapiens sapiens

É a espécie da qual fazemos parte. Teria se originado há pouco mais de 100 mil anos na África e depois se espalhado por todos os continentes, adaptando-se a qualquer ambiente.

Os primeiros povoadores da Terra

Paleolítico (pale = velho, lítico = pedra > “Pedra Lascada”) – os homens usavam pedaços de pedras para caçar animais, cortar a carne. Nessa época que foi descoberto o fogo (uma conquista decisiva). A partir dessa descoberta foi possível assar, cozinhar e conservar a carne (com a gordura que é solta da própria carne, quando ela é aquecida)

Neolítico (neo = novo > “Pedra Polida”) – o homem percebeu que poderia afiar as pedras, fazendo-as ficar pontiagudas, gerando assim pedras afiadas, lanças. Nesse período que o homem começou a fazer pinturas em rochas, em cavernas. Foi nessa época também que o homem começa a controlar o fogo (para humanidade isso foi um enorme salto). Invenção do arco e flecha; primeiras embarcações; invenção da agricultura, ou seja, o homem deixou de ser nômade. Nessa sociedade, os trabalhos mais pesados e perigosos serão realizados pelo homem que caçava, cuidava dos rebanhos e da segurança do grupo, e a mulher era responsável pelo trabalho doméstico: cuidar da cozinha, criar filhos, tecelagem e agricultura.
A prática da agricultura teve um impacto grande sobre a vida social; entre as mudanças que essa prática favoreceu, cabem citar:

  • A sedentarização: para semear, cuidar das plantas e aguardar o tempo da colheita, os seres humanos tinham de permanecer um longo tempo um mesmo lugar, o que favoreceu a fixação dos grupos humanos em determinado território;
  • A produção de novos instrumentos de trabalho: o machado de pedra para derrubar árvores; a enxada; a foice para cortar ervas e colher cereais.
  • A invenção da cerâmica(barro modelado e cozido): com a prática da agricultura, os grupos humanos passaram a necessitar de recipientes nos quais pudessem armazenar as sobras e cozinhar cereais, como o trigo e a cevada. Então, foram feitos vasos, potes, jarros e panelas, usando-se a cerâmica.
  • O crescimento da população: o aumento da produção agrícola e a melhoria na conservação dos alimentos favoreceram um crescimento da população. Surgiram as primeiras aldeias e desenvolveu-se a vida comunitária.

Idade dos metais – Aprendendo a manipular metais, os humanos aperfeiçoaram suas armas (espadas e escudos) e ferramentas de trabalho (pás enxadas, arado). E utilizando a roda, inventada por volta de 3000 a.C., fizeram os primeiros carros de boi.